domingo, 14 de março de 2010

Ontem


Eu adoro cutucar as minhas feridas quando digo que a minha família nunca ligou muito para mim, acho que repito isso muitas vezes para eu ter forças para seguir, sem ficar presa a essa palavra que muitas das vezes para mim foi e é apenas um substantivo abstrato. Mas, ontem foi diferente, ontem senti vontade de estar perto de todos, de abraçar todos,de rir das piadas chatas dos meus tios, de ouvir as reclamações das tias, de mimar as minhas primas mais do que mimadas, de falar da minha vida sem me irritar, de dizer a todos o quanto eles são importantes para mim e que não me importava se não fosse recíproco. Sou muito crítica e espero muito das pessoas, o que preciso entender é que não se deve esperar muito, apenas sentir o que o momento nos oferece, sem nada de muito profundo e digno de análises, é apenas o momento familiar pelo momento familiar, nada de ressentimentos.É só e lindamente a voz da minha avô, ali, nos unindo por um elo meio fraco, mas que vale a pena eu me desarmar e sentir. Eu sou muito ruim comigo mesma, mesmo que a minha intenção seja me proteger, eu antecipo o sofrimento tentando me poupar, não sei se isso é viver. Eu adoro falar que a vida me calejou, mas na verdade quem me caleja sou eu. Mas ontem foi diferente, eu me permiti, chorei tanto.

segunda-feira, 8 de março de 2010

100 kg de vontade + 500 kg de ansiedade = FRUSTAÇÃO.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Algumas pessoas emanam frustração, seria muito triste se não fosse irritantemente engraçado.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Careca.


Eu já pensei que fosse ficar definitivamente careca e isso não era como de costume neurose minha, os meus cabelitos estavam mesmo despencando (não coloco "caindo", pois iria suavizar a minha situação.)
Onde eu fosse, ficava a minha marca, sempre quilos e mais quilos de cabelo, consultórios, mercado, curso, amigos, sim, em amigos e assim vá. Sem falar do chão da minha casa, travesseiros e ralo.
Eu passei a não ter cabelo, eu passei ter fios de cabelos e um couro cabeludo branco bem a mostra, um charme só.
O pior além do incomodo de ter sempre que tirar metros de cabelo das pessoas ao meu redor, era triste me imaginar velha e sem ter onde colocar os grampos ou ser conhecida como a vovô careca.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Nada bom


Nunca fui uma criança muito típica. Me preocupava se meus pais eram felizes e sofria com a possibilidade de perde-los. O meu desespero era tão grande, que o que me fazia dormir no meio da cama deles não era só o medo de monstros ou do escuro, mas também medo de não poder te-los ali.
Confesso que esse medo vem me atazanando novamente, mas não tenho mais a cama deles por perto, o meu quarto não é mais do andar de cima, não tenho aquela desculpa de ser criança. Hoje esse medo é mais concreto, pois quanto mais aniversários vamos fazendo, mais crescidos e velhos vamos ficando e os nossos pais também.
Entrar na fase adulta nunca me caiu bem e eles iniciam a velhice. Quem disse que crescer é bom?
Será que foi bom eu falar disso?